O avião pousou bem no meio da aldeia Aikewara arrancando a cobertura das casas de palha, provocando pânico entre as famílias. Mulheres e crianças correram para se esconder na mata, mas foram surpreendidas pela tropa que vinha por terra, acompanhando os oficiais que vieram pelo ar. Furiosos, os militares perguntavam sobre o paradeiro dos “terroristas” – é assim que se referiam aos guerrilheiros – apontando as armas para os indígenas atônitos que nada sabiam da perseguição aos militantes do PCdoB, nem mesmo sobre a ditadura militar. Depois, prenderam todos em suas casas, não podiam sair para a roça, nem para pescar ou caçar, e tocaram fogo no paiol lotado de milho e mandioca armazenados para um ritual que aconteceria naquele mesmo período – o Karuwara, no início da estação seca.
Fizeram pior: enquanto as mulheres e as crianças passavam fome e medo na aldeia, prisioneiros em seu próprio território, os militares arrastaram os homens para lhes servirem de guia na mata que desconheciam atrás do rastro dos guerrilheiros e mandando-os à frente como escudos humanos. Também os forçaram a carregar corpos e a presenciar violência e tortura em uma guerra que não entendiam e que durou muitos anos – de 1972 a 1974, até que o último guerrilheiro na mata fosse exterminado.
Para os indígenas, as consequências perduraram: grávidas perderam seus bebês, nascidos prematuramente, houve um caso de um homem que ensurdeceu pelos sons de rajadas de metralhadoras e explosões e outros vivem ainda assombrados pelas cenas macabras que foram forçados a presenciar. O alcoolismo, a insônia e pesadelos passaram a assaltar os Aikewara, hoje cerca de 400 indivíduos.
Como se isso não fosse o bastante, viram a história de seu sofrimento ser deturpada e contada como se tivessem colaborado com os militares por opção; seu território foi desrespeitado – invadido por guerrilheiros e propositadamente por militares. Ainda hoje os Aikewara aguardam o reconhecimento da porção do seu território tradicional, terra excluída da demarcação, que foi realizada ainda durante a Ditadura, em 1983.
Quarenta Anos de Mentiras
“Até aqui, os Aikewara, também conhecidos como Suruí do Pará, convivem com o estigma de terem sido ‘colaboradores’ das forças repressivas, imposto pelos familiares dos mortos e desaparecidos, pelos militantes sobreviventes, por pesquisadores, jornalistas, militares, agentes governamentais e, muitas vezes, também pelos regionais, seus vizinhos”, escreve a antropóloga Iara Ferraz, que junto com o antropólogo Orlando Calheiros, e dois integrantes do povo Aikewara – Tiapé Suruí e Ywynuhu Suruí – assinam o relatório enviado à Comissão Nacional da Verdade em maio deste ano: “O tempo de guerra – os Aikewara e a guerrilha do Araguaia”. O relatório será transformado em livro, atualmente no prelo.
Realizado a pedido dos Aikewara, os primeiros indígenas a cobrar a violação a seus direitos durante a ditadura militar brasileira, o relatório foi peça fundamental na Comissão de Anistia para que 13 integrantes desse povo obtivessem a condição de anistiados políticos e uma indenização de 120 salários mínimos em 19 de setembro deste ano. Também está entre documentos que serviram de base a investigações da Comissão Nacional da Verdade que divulga hoje (10 de dezembro), em seu relatório final, que cerca de 8 mil indígenas foram mortos durante a ditadura brasileira
“Os Aikewara aguardam a verdadeira reparação coletiva, que só acontecerá com o reconhecimento pelo Estado brasileiro do seu território tradicional – processo engavetado na Funai desde 1998”, pontua a antropóloga Iara Ferraz.
A história completa dos Aikewara será conhecida no próximo ano com a publicação do livro, trazendo as descobertas feitas ao longo de mais de três décadas de trabalho da antropóloga junto ao grupo. Em suas muitas estadas nas aldeias desde julho de 1975, com o objetivo de obter o reconhecimento oficial da Terra Indígena Sororó, Iara colheu depoimentos que lhe permitiram reconstruir o tempo da “guerra” como os próprios indígenas se referem àquele período. Foi um trabalho de paciência e confiança em que as histórias de terror brotavam esparsamente, à medida que a antropóloga tentava reconstruir a saga desse povo tupi-guarani cujas terras se localizam nos municípios de Brejo Grande do Araguaia, São Geraldo do Araguaia e Marabá.
“Com o seu território totalmente ocupado e interditado pelas forças repressivas, proibidos de ir à roça, de caçar, coletar ou pescar – às vésperas do ritual do karuwara, com o incêndio da provisão de arroz e de milho, assim como das casas na aldeia com seus pertences, os Aikewara tiveram deliberadamente destruídas pelos militares todas as suas bases materiais e simbólicas – e portanto, culturais, de existência”, escreve a antropóloga que desde os primeiros contatos com os indígenas, em plena ditadura, tentou denunciar o sofrimento provocado pelos militares.
Em 1976, quando prestava serviços à Funai, na coordenação do “projeto da castanha” entre os Gavião da Terra Indígena Mãe Maria e os “Surui” do PI Sororó, acompanhou o jornalista Palmério Dória e o fotógrafo Vincent Carelli à aldeia. As declarações dos “Surui” então recolhidas resultaram na primeira publicação sobre a guerrilha (A Guerrilha do Araguaia por Palmério Dória e outros, de 1978) e no seu afastamento compulsório, pela Funai, da coordenação do projeto.
A Cumplicidade da Funai
A pesquisa documental e bibliográfica foi feita pela antropóloga para a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em decorrência da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos de novembro de 2010 que condenou o Brasil a localizar os corpos dos guerrilheiros mortos no Araguaia.
Os arquivos das Forças Armadas relativos a este tema até hoje não foram entregues à sociedade brasileira. Segundo ela, “nos arquivos da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília, foram localizadas apenas duas portarias administrativas referentes ao Posto Indígena Sororó: a de sua criação (n. 040/N, de 20.12.71) e a de seu controle operacional (n.130/N de 06.9.73), vinculado à Base Avançada de Pucuruí (que se ocupava da atração dos Parakanã), mas subordinado de fato à então 2ª Delegacia Regional da Funai em Belém”.
As provas mais fortes das violência do Estado sofrida pelos indígenas, moradores da região e guerrilheiros estão nos depoimentos dos Aikewara reproduzidos no livro. A partir desses relatos, a antropóloga também concluiu que desde a primeira campanha militar (abril de 1972) os repressores contaram com a cumplicidade da Funai, entidade que deveria proteger os indígenas. “Enquanto a presença de missionários dominicanos entre os Aikewara desde de 1953 – notadamente de frei Gil Gomes Leitão – impediu o seu envolvimento com as forças repressivas, já a atuação dos agentes da Funai na aldeia do Sororó desde meados de 1972 obrigou os Aikewara a se tornarem guias e, ao mesmo tempo, prisioneiros das forças repressivas. O Posto da Funai foi instalado para que seus agentes intermediassem relações de força e imposição das ações repressivas. Por dois anos seguidos, de 1972 a 1974, ‘recrutaram’ de modo compulsório praticamente todos os homens adultos da aldeia para servir de guias na mata para a ‘caça’ aos guerrilheiros”, escreve.
“Tratados como prisioneiros de guerra, os homens da aldeia foram submetidos a um regime servil de privações e humilhações: sempre em duplas, desarmados, à frente dos soldados, servindo-lhes de escudos humanos, eram obrigados a caminhar, muitas vezes aos empurrões, horas e dias sem descanso ou alimentação adequados, carregando cargas pesadas às costas para os militares, com muita fome e sede, só ingerindo alimentos crus, dada a interdição de acender fogo, dormindo pouco, ao relento, no chão encharcado da mata na estação das chuvas. Foram obrigados ainda a depositar cadáveres nos helicópteros militares e a segurar corpos de guerrilheiros mortos para que soldados e moradores locais executassem a decapitação”, detalha Iara com base no relato dos indígenas como Teriweri, mulher com 60 anos atualmente e que perdeu filhos gêmeos prematuramente durante “aqueles tempos horríveis”.
“Sei que esses tempo que nós passamo, foi…em 72 né? que nós viemos pra cá….aí quando eu cheguei na aldeia… já tava acontecendo mesmo! Pessoa dizia que… ia ter“guerra”, né? aí eu ficava com medo! Aí depois foi… foi a época mais é… mais ruim que nós passamo! 72, 73, no final de, é … no final de 74 terminou a ”guerra” né? E aí… eles [militares] levou nosso marido… nós via tanta coisa feia, né? Os pessoal trazendo nos helicóptero assim os pessoal preso… outro eles queriam enforcar! pra aparecer do avião lá de cima enforcado!…(…) Trazia tudo aí pro acampamento deles! Eles trazia o pessoal, pra enforcar o pessoal! Descia lá… enforcado assim, do avião, lá de cima!!”
Recrutas forçados
O livro também traz depoimentos dos homens recrutados à força pelos militares, como Umasu, à época com menos de 30 anos, casado com Arihêra, então grávida do seu quinto filho, que conta à antropóloga:
Tinha um coronel, mais mais… perigoso! trouxe corda – ele disse: Esse aqui é pra amarrar bandido! Eu falei assim: Pra quê isso aí?
– Esse aqui é pra amarrar esses doidos aí …
Aí ele combinou com velho Mariano, né? [trabalhador braçal do Posto da Funai]:
– Nós tamos precisando de… pra ir mostrar na mata, pra nós. Sabe que nós num sabe nem pra quê esse aí! Aí nós num sabia de nada, aí nós
foi assim mesmo, enganado!! Aí depois tava escutando tiro por ali, né?…
– Será que ta matando gente? Já num tem mais jeito não, eles tão aqui na mata, só tiro que a gente tava escutando por ali, tavam atirando!!
Ele [Mariano, trabalhador braçal do Posto da Funai] falou assim:
– Alguém de vocês que… cada um… eu vou… escolher pra vocês, andar cum eles… Você vai, cada um índio vai pra cá, cinco soldado acompanhando vocês. (…) Aí entremo na mata! Aí meu cunhado, né, finado Kuimuá, rapaz! meu cunhado num aguentou, ta com “pira‟ demais!… [feridas de picadas de insetos] tudo pintado, nós tava chegando, nós tudo pintado, só mosquito mesmo! Nós num aguentamo…fiquemo… nós procurou, nós vimos só rastro dele [kamará], que tava passando! Encontremo rastro dele… daí ele sumiu, num sei pra onde que ele foi!(…)
Aí começou, ele andou de novo aí… ele [militar] falou pra mim:
– Umasu, a hora que eu precisar de vocês de novo, nós vamos vir de novo! Talvez tem alguém ainda aí, tem muita gente! (sabe que índio num sabe de nada, né?)
– Tá bom – eu falei assim.
Depois que ele falou pra nós, ele falou pra mim:
– Tu sabe por quê que nós tamos levando vocês? Porque é “terrorista‟, rapaz! ele vai tomar todinha a terra de vocês! (ele falou pra mim). Esse aí é muito perigoso! você vai ficar sem terra de vocês! Eles já queria tomar tudinho – ele falou – a terra de vocês! por isso que nós tamos procurando!
Num sabia nem o que é nada… [N]aquele tempo a gente num sabia de nada… eu num sei pra quê que chama “terrorista”! Nós num sabia o que era “terrorista”, “comunista”, nós num entende o que era “terrorista”!
Depois que terminou, eu fiquei até o final, mataram tudo! Depois que terminou, foi embora, soldado espalharam tudo. Aí eu vim embora pra casa (agosto 2013).
Também recrutados à força, Tawé com 20 anos e Api, ainda mais jovem, testemunharam a tortura a moradores locais, suspeitos de dar alimentos e apoio aos guerrilheiros, como conta Tawé:
Aí começaram pegar aquelas pessoas, né? morador, começaram a judiar… e…fizeram muito serviço com eles, amarraram pela perna, a mão… pra trás… botaram a corda, dependuraram assim… através da casa assim, bateram muito! num podia falar nada, né? Aí tinha um deles que… morador ia correndo, fugindo né! pegaram ele correndo, metralharam atrás dele… sorte que num pegou nele, o tiro! pegaram ele, amarraram ele, judiaram ele, tudo! E nós… vendo aquilo, né? num podia falar nada!
Aí começaram pegar lá, os moradorzinho!… Eu acho que fizeram estupro com a família deles também tudo… eles era ruim, mau, esses povo aí… Batiam nas mulher, estupravam a família deles… tudo! O que nós vimos, a gente viu, né? a gente num podia… falar nada! Eles pegaram, um monte de gente… amarraram a mão pra trás, tudo… falando de morador em morador, onde é que morava mais pessoa… (…)
Também falam dos sofrimentos dos próprios indígenas na selva, como o jovem Api:
Api ficou doente, porque foi esporado muito de muriçoca, né? dormia no chão, quase num comia nada também… quando eles pedia comida, ele falava que só tinha bolachinha… Quando ele… acostumado comer carne, pra comer cru… O velho sempre conta pra mim que ele falou que perguntava pro polícia se podia acender fogo:
Não! num pode não! é pra vocês comer cru!
Hoje, Api ainda não completou 60 anos, mas tem a saúde frágil, marcada pelo sofrimento e ainda aguarda a aposentadoria rural.Também “recrutado”, o indígena Marahy, hoje com mais de 80 anos, ficou surdo e tuberculoso crônico em consequência de rajadas de metralhadoras e explosões de bombas e das condições desumanas em que permaneceu na mata com os militares. Outros, como Tawé, ainda sofrem com a lembrança dos corpos enterrados e desenterrados pelos militares na terra indígena relata a antropóloga que destaca um trecho do depoimento dele:
Trouxeram só o corpo pra nossa terra aqui, do lado de cá, do S. Raimundo. Aí eles falaram pra nós… que… se tinha algum pessoal de nós pra acompanhar eles… que eles… ia jogar lá no buraco né, pra enterrar, ele falou:
– Nós vamo lá… na terra de vocês, pra lá, pra ninguém ver!
Esse povo, morador junto com eles! foi os morador que fizeram essas coisa com eles! porque eles era mandado, né? num podia fazer nada! o que eles pediam, tinha que fazer pra eles! Diz que cavaram lá, num sei como… num cheguemo a ver não… Enrolaram num plástico, numa lona lá, tudo… jogaram o corpo num mesmo buraco só! jogaram lá. Lá no São Raimundo, do lado de cá, na nossa terra. Até hoje ta lá o buracão desse que cavaram! Depois desse daí, já ta com dez anos! Vieram… pegar o corpo. Aí… bom, eu num sei explicar direito esse daí, eu também fiquei confuso, né? eles falaram que era do pessoal dessa pessoa que morreram, que eles falou pra nós que queria ver o corpo aonde que foi colocado. Ele falou que era da… da turma desse pessoal que foi… foi morto,né? que eles queria o corpo deles, se nós sabia onde eles colocaram, o pessoal do Exército. Aí nós tinha que contar pra ele, né? Agora… bom, daí pra lá, eu num sei se era a mesma tropa que fizeram, eu num sei dizer não eu só sei que eles falaram que era a turma do… pessoa que morreram, que tava procurando o corpo. Nós mostremo pra ele,
-Ó, foi por aqui que eles levaram!
Aí teve um deles que [falou],
– Num dá pra mostrar o local mesmo assim de perto pra nós ver?
Aí nós falemo,
– Vamos, nós vamos mostrar, porque… nós tem que mostrar né? porque… nós num tem culpa nenhuma!
Nós entremo com ele – tai o Kaká ta de prova – mostrou pra ele,
– É bem aqui que eles colocaram , ó o buraco aí!
Num tinha mais corpo não!! já tinham pegado já! Num sei quem foi que pegou!!
Em outubro de 2013, uma equipe de legistas do Grupo de Trabalho Araguaia, “com a devida autorização e acompanhados de representantes aikewara” – como destaca Iara – “recolheram dois molares inteiros, que evidenciam os sepultamentos clandestinos havidos ali”. E pode haver mais pistas, dizem os indígenas, de acordo com a antropóloga: “Nos depoimentos recentes e mais objetivos, os Aikewara referiram-se a outros prováveis locais de sepultamento ou simples abandono de corpos de guerrilheiros que, no entanto, são atualmente de difícil reconhecimento por eles, dada a profunda transformação ocorrida em toda a região do baixo Araguaia, sobretudo devido aos desmatamentos e à formação de extensas pastagens. Embora não tenham testemunhado pessoalmente esses prováveis sepultamentos, as localidades incluem, ao sul, a bacia do rio Gameleira até a sua foz, em Santa Cruz (no rio Araguaia) e a noroeste, a bacia do Grotão dos Caboclos (Koronohuna), o centro do território tradicional aikewara”.
Por fim, a antropóloga conclui que a lenta recuperação dos Aikewara em termos populacionais, “embora os traumas profundos e as marcas psicológicas tenham permanecido”, deve-se principalmente ao esforço conjunto de antropólogos e indígenas pelo reconhecimento da Terra Indígena Tuwapekwakaukwera , que foi excluída da demarcação da Terra Indígena Sororó feita durante a ditadura, concedendo aos indígenas apenas 26.258 hectares, homologados por meio do Decreto 88.648 (publicado no Diário Oficial da União em 31.08.1983). “Os principais atos administrativos e o respectivo contexto político que compõem o processo de regularização fundiária da TI Sororó – processos Funai 1490/77, 3071/77, 1494/82 e 1778/82 e 2047/2004 – permitem verificar que, além dos equívocos técnicos, estão repletos de vícios inconstitucionais – portanto, de natureza política – cujas tentativas de solução sempre ficaram aquém das possibilidades de proteção aos direitos territoriais dos Aikewara”, diz ela.
“De acordo com um processo administrativo em curso na Funai foi proposto um acréscimo de cerca de 11 mil hectares à Terra Indígena Sororó – denominada Gleba Tuwapekwakaukwera – para abranger porções significativas do território tradicional aikewara, como antigas aldeias, cemitérios, castanhais, áreas de caça e jazidas de argila para o fabrico de panelas, que foram excluídas na demarcação fraudulenta efetuada durante a ditadura.
A situação fundiária precária reflete-se até o presente, com a crescente vulnerabilidade às pressões existentes, sobretudo devido à rodovia – hoje BR153, a antiga OP2. Aberta pelo Exército em 1972, a estrada cortou o território aikewara trazendo consequências nefastas e progressivas, como roubos de madeiras e castanhas, diminuição da caça, invasões, assaltos, atropelamentos, incêndios criminosos, despejo de toda sorte de dejetos e cadáveres, contaminação do solo e dos cursos hídricos, ao lado do processo de desertificação que vem se verificando com a formação de pastagens em todo o entorno da Terra Indígena Sororó”.
Para Iara, a demarcacão e a recuperação desta área é a “única maneira de o Estado brasileiro ressarcir sua dívida histórica para com os Aikewara.”
Fonte: http://apublica.org/2014/12/a-guerra-do-araguaia-contada-pelos-aikewara/