26 de junho - Dia Internacional de Lutra contra a Tortura


 26 de junho – Dia Internacional de Luta contra a Tortura


O Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro participou da caminhada da Cúpula dos Povos – evento paralelo à Rio + 20 – com a faixa contra a tortura, lembrando o dia 26 de junho, criado pela ONU, como Dia Internacional de Apoio às Vítimas da Tortura.

 

Há anos, o GTNM/RJ realiza eventos e manifestações no Dia Internacional de luta contra a Tortura, também conhecido como Dia Internacional de Apoio às Vítimas da Tortura, que foi criado, em 1997, pelas Nações Unidas, por solicitação do Conselho Internacional para Reabilitação das Vítimas de Tortura – IRCT, e é comemorado no dia 26 de junho, data em que entrou em vigor a Convenção das Nações Unidas contra a Tortura.

Esta data lembra a importância da luta para a erradicação desta prática inaceitável, de origem milenar, mas ainda amplamente difundida em todo o mundo. Em mais de cem países, na África, nas Américas, na Europa, na Ásia, no Pacífico estamos construindo laços de solidariedade para com os atingidos.  

Em muitos países aconteceram eventos no Dia Internacional de Luta contra a Tortura:


 

Movimentos realizam esculacho em frente à casa de torturador no Rio de Janeiro

O esculachado foi Dulene Aleixo Garcez dos Reis, ex-capitão da Infantaria do Exército e corresponsável pela morte do jornalista Mário Alves.

Cerca de 1.500 pessoas ligadas a movimentos sociais realizaram na manhã de 19 de junho um esculacho em frente à casa do torturador da ditadura militar Dulene Aleixo Garcez dos Reis. O ato ocorreu durante a realização da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20.

A marcha saiu às 9h da manhã da Urca, zona sul do Rio de Janeiro, e seguiu até a casa do torturador, na rua Lauro Miller 96, região do Botafogo (RJ).

Os esculachos vêm sendo organizados desde maio passado pelo Levante Popular da Juventude junto com a Articulação Nacional pela Memória, Verdade e Justiça, movimentos estudantis e Via Campesina.  

“Nós estamos articulando junto com os movimentos que já tocavam essa luta, familiares dos mortos durante o regime militar e ex-presos políticos. Estamos tentando avançar nessa articulação com outros movimentos”, ressalta Carolina Dias, do Levante Popular da Juventude.

A ação conhecida como esculacho visa denunciar ex-agentes que participaram, direta ou indiretamente, da ditadura brasileira e demonstrar que eles continuam levando suas vidas normalmente, sem que tenham esclarecido as atrocidades cometidas e passado por algum processo de julgamento sobre tais atos.

Histórico

Dulene Aleixo Garcez dos Reis foi capitão da Infantaria do Exército em 1970 e, no ano seguinte, serviu no Batalhão de Infantaria Blindada de Barra Mansa. No dia 17 de janeiro do mesmo ano, participou da tortura do jornalista e secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário, Mario Alves.

Alves foi morto dentro do 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, onde funcionava o Doi-Codi/RJ. Segundo a revista Carta Capital de março de 2008, Mário Alves foi submetido a uma sessão de torturas que terminou com sua morte. O jornalista foi empalado por um cassetete de madeira com estrias de ferro, o que causou hemorragia interna, perfuração dos intestinos e morte. Garcez também foi responsável pelas torturas ao ex-preso político Cid Benjamin, atual assessor de Comunicação da OAB/RJ.


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