Quando a loucura é visionária
Edilson Martins
Recentemente, na segunda quinzena de julho deste ano, o país tomou conhecimento de uma notícia curiosa. É difícil ser notícia se não for curiosa. Pisava em solo brasileiro o último exilado político da última ditadura brasileira, de triste memória; o ex-marinheiro Antônio Geraldo da Costa. A notícia ganhou as mídias nacional e internacional.
Membro da Aliança Libertadora Nacional (ALN), criada por Carlos Marighela, Antônio, hoje com 75 anos, fazia parte da tropa de choque da organização. Tropa de choque, o chamado grupo armado, era o pessoal da pesada, das ações de desapropriação, do recolhimento de recursos-assaltos a banco. Eram os chamados peito-de-ferro.
Hoje fica difícil, quase impossível, passar a idéia do que isso significava, ainda mais tendo o Carlos Marighela no Comando. Assim também como o preço que se corria, e quase sempre se pagava, por tamanha ousadia, sandice para muitos.
Até aí nada de novo. Novo é a cobertura que a mídia, nacional e a estrangeira, deu a esse retorno, e por uma curiosa singularidade; apesar de decorridos 40 anos desde sua fuga do Brasil, e tendo a Ditadura acabado há quase 25 anos, ele se recusava a retornar. Desconfiava que os tempos de terror e a longa noite prosseguiam, que a Ditadura continuava viva. Leitura imediata; louco de carteirinha. Nada mais correto; aparentemente.
Gato escaldado tem...
Ele pode alegar, caso venha a ser indagado, e não faltará quem o faça,que “gato escaldado tem medo de água fria”. Ou recorrer, novamente, à sabedoria da resistência, que ele tão bem conhece; “Nenhuma desatenção, por mais insignificante que pareça, é impune”. Os anos de clandestinidade devem lhe ter multiplicado essa dura verdade.
Antônio pode, ainda na mesma linha de sua defesa, recordar que “o seguro morreu de velho, mas o desconfiado está vivo.” Só que vai, em verdade, enfatizar mais ainda a desconfiança geral. A opinião pública, essa folha de palmeira que se desloca sempre na direção soprada pelo vento, conforme aferição dos marqueteiros, não prima pela generosidade.
Salvo, dizem novamente os marqueteiros, no caso da aprovação do Governo Lula e seus desmandos, blindado curiosamente pela película invisível do teflon. Mas isso é outra história, outro papo.
Ditadura sueca
Seus companheiros de luta no passado, os que sobreviveram, e que foram poucos, entre os quais deve haver malucos, podem recorrer ao militar japonês que até recentemente mantivera-se escondido numa caverna, pelas mesmas razões, acreditando não ter acabado a Segunda Grande Guerra.
Tudo isso está sendo lembrado, e a razão não é outra, para que se amenize essa leitura, certamente fria e perversa, e não venha Antônio a ser classificado sumariamente como um paranóico transitado em juízo, um perseguido eterno, um maluco fora dos eixos, recorrendo a esta redundância.
Como um ex-marinheiro – pode-se questionar, sem, contudo, julgar, pelo amor de Deus – depois das formas mais abomináveis de covardia humana que é a tortura, da qual ele foi vítima exponencial, consegue escapar do trucidamento, vai para a Suécia, em l969, casa, tem filhos, constitui família e 40 anos depois continua vivendo sob o terror da perseguição?
É preciso adicionar mais uma bizarrice; mesmo na Suécia, da qual não temos informação recente ou remota de nenhuma ditadura militar, ele continuou na clandestinidade.
Terror tão cruel que mesmo tendo sido golpeado, vamos reconhecer que de forma definitiva nunca, continua dobrando sua alma, sua espinha, toldando seus sentimentos mais simples. Não vamos nem mencionar Frei Tito, aquele sacerdote que conduziu em sua alma, enquanto pôde viver, a memória perversa das torturas hediondas, nunca apagadas, do Delegado Freury.
A leitura do cidadão comum, do sujeito que na esquina comprou o jornal, leu a notícia, ou do outro surpreendido pelo telejornal, não pode ser diferente; esse cara virou maluco de carteirinha. Que fazer?
Bilhete furado...
O que eles não sabem é que Antônio, como tantos outros companheiros de seu tempo, e tempos passados, quase sem memória, apostaram, e apostaram tudo; alguns morreram, outros como ele ficaram eternamente marcados.
E apostaram num bilhete que hoje, para os jovens, para a maioria da população, não significa nada, ou quase nada; apostaram no bilhete da liberdade, essa coisa quase melíflua, quase uma platitude, nos dias que correm, apostaram no fim do terror. Apostaram no direito dessa coisa simples de ir e vir, de emitir juízos, de não se curvar diante do coturno.
E não foi luta em vão, como querem alguns, até com certa leviandade.
Perderam? Talvez sim, talvez não. Se formos contabilizar as vitórias pessoais perderam tudo, ou quase tudo; família, amigos, país, memórias, e quem sabe uma juventude, senão uma vida inteira. Catalogar as perdas é tarefa dolorosa, e nem vale a pena tentar fazê-lo.
E, no entanto, nos deram este país maluco de hoje, onde apesar de todos os percalços, dos Sarney, dos Romero Jucá, dos Collor, dos Renan Calheiros, da corrupção impune e generalizada, de um PT que nos faz corar, mesmo assim se respira e pratica a Liberdade.
E só sabem o que isso significa os que viveram, dolorosamente, sua interdição.
Onde entro?
E onde entro eu na porra dessa história? A indagação é correta, não é descabida. É que vendo as fotos de Antônio, as impressas e as dos telejornais, fui picado pelo diabo da memória, memória cruel, tantas vezes.
Paro, neste momento, até então aboletado num banco mixuruca, de escrever veleidades literárias, bobagens menores, platitudes, textos sem eira e nem beira. E não tenho feito outra coisa, ultimamente, e com tanto prazer.
Só que o diabo das fotos e imagens voltam a infernizar os meus olhos, e já agora minha memória.
Caceta, matei a charada. Antônio Geraldo da Costa era o Tigre, codinome de guerra, de um neguinho moleque, ruidoso, que hospedei, melhor dizendo homiziei, ele e todo o seu grupo, em dois apartamentos, melhor dizendo, em dois conjugados; um na rua Sousa Lima e o outro na Paula Freitas, ambos em Copacabana, nos idos de 68 e 69.
Eu era um abestado estudante da Filosofia, da Universidade do Brasil, atual UFRJ, com os olhos abertos e nenhuma história para contar, como faço agora, perplexo diante do mundo, recém-chegado dos confins da Amazônia, onde o vento fazia a curva e o diabo teimava sempre aparecer.
Eta, caipiragem dos infernos...
Apesar de toda essa alienação e caipiragem, tive o privilégio de hospedar Tigre e seu grupo, que passavam os dias realizando assaltos armados, invadindo penitenciárias e soltando guerrilheiros presos, elaborando mapas, estudando rotas de fuga, enfim, infernizando a vida de homens que faziam a ditadura caminhar e merecer esse nome.
À noite, dormia com eles todos, não enxergando, nem entendendo direito em que tudo aquilo iria dar. Ninguém deixava os grotões do país nos anos 50, e se deparava com as garras do terror, impunemente.
Ligava o rádio, sim, aquela era a época do rádio, e lá ouvia os âncoras das emissoras falando da crueldade, da barbaridade, de Tigre e seus parceiros.
Ria sozinho, no caminho de ida ou volta para a faculdade, até porque esse era um riso que não se podia compartilhar com ninguém, e pensava; será que a verdade é filha do tempo? Não era. Naqueles tempos a verdade era filha do Terror.
Dos riscos eu sabia, só não sabia a estupidez que é a tortura, onde logo depois de me despedir de Tigre e sua animada gente, eu também conheceria. De forma também nada generosa.
Enfim, só para terminar. Ninguém tem o direito de rir da loucura de Tigre. Sua loucura é a loucura de Dom Quixote, do Rei Lear, a loucura dos visionários, a loucura que torna o homem possível, enfim. A loucura que sem ela, certamente, a vida não teria sentido.
Sem ela talvez tivéssemos, quem sabe, até hoje, uma ditadurazinha amena, com alguns direitos, que o mundo já tanto nos mostrou, mas sem nunca deixar de ser Ditadura. A única diferença, talvez, é que os políticos lá atrás citados, não tivessem que padecer alguns aborrecimentos pontuais, constrangimentos eventuais, como agora vem acontecendo.
Só para terminar, novamente; não vale a pena, não é honesto, rir da loucura do Tigre.
Edilson Martins é escritor e jornalista
A extensão da luta contra o terror
Sergio Silva
A Inquisição de Goya
O Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro foi criado para defender os presos políticos torturados, mortos e desaparecidos durante a ditadura militar. Muitos de seus fundadores são ex-presos políticos; outros são pais, filhos ou parentes de presos políticos que foram abertamente assassinados ou desapareceram durante a ditadura militar. Vitórias foram obtidas, mas essa continua a ser a sua grande luta.
Os civis que substituíram os militares têm feito todo o possível para esconder o que pode ajudar a esclarecer os crimes da ditadura. Após mais de duas décadas de governos civis, arquivos continuam intocáveis. Após mais de duas décadas, nada se apura sobre a destruição de parte cada vez maior desses arquivos. Quanto mais o tempo passa, mais a luta fundadora do Grupo Tortura Nunca Mais se torna fundamental para a nossa dignidade, diante de nós mesmos e diante do mundo.
Desde sua criação, lideranças e colaboradores do Grupo Tortura Nunca Mais levantaram a questão das condições de vida, da tortura e do assassinato dos presos comuns. A tortura e o assassinato de presos políticos não foi uma invenção da ditadura instaurada em 1964. A ditadura de Getúlio Vargas, por exemplo, certamente merece um destaque internacional nesta terrível especialidade. Mas os maus tratos, a tortura e o assassinato de presos comuns é certamente uma característica inegável da história do Brasil.
O Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro não fechou os olhos para esta realidade e, na medida das suas possibilidades, dedicou a atenção devida à violência contra os presos comuns. A luta contra a tortura, aqui e em qualquer lugar do mundo, não admite que determinados torturados mereçam mais ou menos atenção, mais ou menos defesa do que outros. Sem jamais perder o seu foco, sem jamais esquecer suas origens, o Grupo entendeu toda a extensão e todo o valor da sua luta.
O jornal e o site registram esta luta, tão difícil quanto indispensável. Quando havia dinheiro para isso: um jornal impresso. Hoje, um jornal virtual, que compõe o site. Jornal e site destinam um importante e provavelmente crescente espaço à denúncia da violência contra os presos comuns. Pode-se dizer que essa tendência foi imposta ao Grupo pelos governantes deste país: nesse meio tempo, o Brasil passou a figurar entre os campeões mundiais da tortura e da execução sumária de presos comuns e pobres em geral.
Para mim, o valor desta luta aberta e corajosa, além de enorme em seu sentido geral, é um valor que se inscreve em diversos espaços de minha vida. Ela está presente no meu trabalho, um leve trabalho voluntário de “aposentado” no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Há pouco tempo tive a oportunidade de co-organizar um número especial dedicado à Anistia e aos Direitos Humanos da revista Cadernos do AEL (Arquivo Edgard Leuenroth). Foi uma contribuição voltada sobretudo contra os crimes da ditadura militar, por ocasião dos trinta anos da Lei de Anistia. Mais recentemente, sob o impulso de colegas e amigos (de Campinas, São Carlos e outras cidades), divulguei e assinei manifesto e carta aberta solicitando que Sergio Fleury deixasse de ser nome de rua na cidade de São Carlos. A solicitação foi aceita pela Câmara do município e abertamente comemorada por mim, colegas e amigos.
Ações como estas são fundamentais para a luta contra a tortura e pelos direitos humanos em geral, mas eu gostaria muito de vê-las acompanhadas, por exemplo, por manifestações contrárias a ações policiais dentro das universidades. No ano passado, no instituto em que trabalho, um policial levou um computador que servia a uma pesquisa sobre sites livres na internet. A intervenção policial foi solicitada pelo reitor da universidade, sem consulta à direção do instituto. E não resultou em nenhuma reação formal da direção do instituto.
Ainda no mandato do reitor Tadeu Jorge, no início deste ano, policiais entraram na Unicamp, durante a madrugada, abriram o local onde estavam os equipamentos da Rádio Muda e levaram todos eles. O reitor, os diretores de unidades e, ao que eu saiba, nenhum de meus colegas reagiu a esta ação.
Em junho, o novo reitor da Unicamp, Fernando Costa, apoiou formalmente a solicitação judicial da reitora Suely Vilela que levou à ocupação pela Polícia Militar do campus da USP, em São Paulo. Ao que eu saiba, nenhum diretor, nenhum de meus colegas manifestou sua oposição ao apoio do reitor da Unicamp à ocupação militar da USP.
Minha tristeza é talvez ainda maior porque meus colegas praticamente jamais se manifestam sobre a violência que assola os presos comuns e os pobres em geral; uma violência sem limites, tortura generalizada, milhares de execuções sumárias. Sofro ao ver a luta contra os crimes da ditadura militar totalmente dissociada da luta contra esta violência, a violência de hoje, do governo de hoje.
Sinto essa limitação à luta contra a tortura como uma inegável aceitação da grotesca democracia de fachada; “democracia” sob a qual vivemos uma violência sob muitos aspectos tão ou mais violenta que a da ditadura militar. Fico contente em poder colaborar, mesmo que minimamente, com o Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro. Espero que, um dia, eu e meus colegas seguiremos o exemplo que ele nos dá.
Sérgio Siva é professor da Unicamp.
Rádio Muda é uma rádio livre que funciona em Barão Geraldo (Campinas) há mais de quinze anos.
Um diário para todos
João Carlos Moura
Nossa memória é nossa coerência, nossa razão, nossa ação, nosso sentimento. Sem ela não somos nada“.
Luis Buñnuel
Acaba de sair o Diário de Fernando, um livro imperdível para todos lerem, sobretudo os jovens. Frei Betto deu tratamento literário aos segredos guardados por Frei Fernando de Brito, seu companheiro dominicano na prisão, e só agora revelados depois de mais de 10 anos.
Eis um livro para se meditar e tomar lições extraordinárias para que as atrocidades relatadas, nunca mais se repitam. Meu filho no Colégio Santo Inácio foi obrigado a ler Paulo Coelho, porque esse livro não pode ser adotado para leitura obrigatória em todas as escolas ?
É um livro histórico porque trata do drama vivido por muitos jovens idealistas nos anos 60. Eles queriam mudar o Brasil e o mundo e entraram sem saber – ou querer –, no inferno da ditadura militar brasileira. Neste livro oportuno, podemos saber em detalhes como funcionava o esgoto humano (a prisão brasileira) onde eram jogados esses e outros jovens, como dejetos inservíveis. Gente como nossos filhos, culpados (sem julgamento) do “delito” de pensar diferente e apoiar a resistência ao golpe armado. Era a cavalaria e bombas contra idéias, bolas de gude, rolhas e sonhos: armas perigosas que os estudantes carregavam para enfrentar os militares brasileiros, treinados para torturar pelos americanos.
Os Freis Fernando de Brito e Betto, nesta magnífica obra, contam em detalhes como funcionou uma parte ativa, cruel e podre, da “redentora” que realizava prisões sem motivo claro ou aparente. Se julgava a priori sem defesa legal constituída. Era o olho dente por dente, que fez com que boa parte da juventude entrasse na clandestinidade, para não morrer. Os jovens precisam saber que pensar diferente naquela época era muito perigoso e arriscado, corria-se o risco também de ser cobaia do perverso delegado Fleury e seus seguidores (pais de família, amorosos etc., mas torturadores) que só se saciavam ao ver o torturado como um quase-nada, banhado de sangue e cheio de hematomas pelo corpo. O absurdo chegava ao extremo ao fazer-se o torturado padecer dolorosamente da cisão entre corpo e mente, pois dissociados mente e corpo, levavam o individuo até ao enlouquecimento ou ao suicídio.
Frei Tito de Alencar, banido do Brasil e exilado na França, carregava consigo, internalizado, o torturador-delegado Fleury. Muito sensível, Tito era poeta, muito jovem, padeceu dos delírios persecutórios em consequência das torturas sofridas. Se matou na França. A Igreja Católica que não aceita o suicídio, perdoou Frei Tito por seu gesto incontrolável: autor (com Fleury) de sua própria morte.
Esse livro toca e choca, por isso torna-se obra essencial e referência na história contemporânea brasileira. História verdadeira que começa a ser contada. Na literatura faz um marco. Nada mais pode se ocultar ou negar, depois das verdades contidas (e sofridas), publicadas nele.
João Carlos Moura, artista plástico e psicanalista.
É autor do livro "Hélio Pellegrino A-Deus" da Ed.Vozes, esgotado
Histórias da Repressão
O jabuti, o condor e os urubus
Carlos Brickmann
Um dos livros mais importantes dos últimos anos, Operação Condor – o sequestro dos uruguaios, do jornalista Luiz Cláudio Cunha, está entre os finalistas do 51º Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, na categoria Reportagem. Merece: é uma história fascinante, que prende o leitor até a última página. E, mais do que isso, é uma história real. Ninguém, nem o escritor de imaginação mais fértil, poderia ter inventado um roteiro tão cheio de crimes e de horror.
O livro narra o sequestro do casal uruguaio Lilian Celiberti e Universindo Díaz, em companhia de uma criança, seu filho. O sequestro foi cometido em cumplicidade pelas polícias uruguaia e brasileira, no âmbito da Operação Condor, que coordenava as ações de repressão de todas as ditaduras militares latino-americanas. Estávamos em novembro de 1978 – faz mais de 30 anos.
O livro de Luiz Cláudio Cunha, um sucesso de público, foi lançado há quase um ano, em novembro de 2008. E, passado o tempo, este livro se mantém, infelizmente, atual. Um torturador uruguaio cuja extradição foi pedida pela Argentina e está em prisão domiciliar no Brasil, circula livremente, sem que ninguém o incomode (e, embora tenha recebido o benefício da prisão domiciliar por encontrar-se debilitado, foi capaz de dar longas corridas, em boa velocidade, para fugir dos fotógrafos).
O Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul pede providências e encontra ouvidos surdos.
E há pelo menos um caso, cuja documentação foi exibida a este colunista, em que policiais brasileiros agem abertamente no Uruguai, com a colaboração de policiais uruguaios. É a volta da Operação Condor. Isto aconteceu há poucos dias. As ditaduras militares se foram, mas deixaram sequelas.
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