JORNAL DO GRUPO TORTURA NUNCA MAIS / RJ - ANO 23 - N° 69 - Agosto 2009 |
DEBATE ORAL e PÚBLICO POR CASO “EL JUTE”
Em 19 de outubro de1981, desapareceram da comunidade do Jute as seguintes pessoas: Jacobo Crisóstomo Chegüen, Miguel Ángel Chegüen Crisóstomo, Raúl Chegüen, Inocente Gallardo, Antolín Gallardo Rivera, Valentín Gallardo Rivera, Santiago Gallardo Rivera y Transito Rivera. Até hoje o Estado Guatemalteco não deu nenhuma resposta sobre o paradeiro destas 8 pessoas.
Dia Internacional do Preso(a) Desaparecido(a) Pelo reconhecimento perante a ONU, A Federação Latino-americana de Associações de Familiares de Presos Desaparacidos – FEDEFAM, desde 1983 comemora em 30 de agosto o dia Internacional do Preso Desaparecido. Ao longo desses anos se foram somando federações amigas da Ásia, África e Europa. Essa data é comemorada para lembrar em todo mundo que mulheres e homens ao lutar pela liberdade foram presos, sequestrados, torturados e mortos clandestinamente e até agora seus restos mortais nunca foram entregues às suas famílias. ANISTIA INTERNACIONAL Plano Condor: extradição do Coronel Cordero reafirma a importância da justiça internacional A decisão da Corte Suprema do Brasil de extraditar o coronel uruguaio Luís Cordero Piacentini da Argentina abre uma grande porta para o esclarecimento dos crimes cometidos no denominado Plano Condor, segundo a Anistia Internacional. Cordero é acusado pelo desaparecimento de cidadãos uruguaios e argentinos no contexto do Plano Condor, incluindo o sequestro de Adalberto Soba Fernández, que tinha somente 20 dias quando ilegalmente raptado e entregue para adoção em1976. “Ao decidir enviar Cordero à Argentina, o Superior Tribunal de Justiça do Brasil (STJ), demonstrou que a justiça internacional funciona e destacou que, nenhum país deve ser refugio para criminosos”, declarou Hugo Relva, conselheiro jurídico da Anistia Internacional. E ainda acrescentou: “Ainda se espera que o Brasil investigue e faça justiça em cerca de centenas de casos de abusos que se cometeram durante o regime militar brasileiro." A decisão do STM foi julgada através do pedido de extradição formulado em março de 2005, pela Justiça Federal Argentina, que investiga os crimes cometidos no ex centro de detenção clandestino conhecido como Automotores Orletti, em Buenos Aires. O ex-coronel Cordero é também procurado pela justiça uruguaia, suspeito pelos desaparecimentos de cidadãos uruguaios em Buenos Aires, no chamado Plano Condor.
Congresso uruguaio aprova lei que admite culpa do Estado em repressão O Parlamento uruguaio aprovou a lei que reconhece a ação ilegítima e repressiva do Estado durante a ditadura militar (1973-1985) e no período prévio ao golpe de Estado (1968-1973) no país, confirmaram fontes do Legislativo. A aprovação do texto também garante o pagamento de reparações financeiras aos atingidos pela repressão. O objetivo da lei, disse à Agência EFE o deputado governista Gustavo Bernini, é fazer o Estado uruguaio "honrar a dívida histórica" que contraiu durante a ditadura e obrigá-lo a "assumir que atuou mal e que necessariamente precisa reparar as vítimas". Para que entre em vigor, o texto ainda precisa ser sancionado pelo Executivo, o que deve acontecer em breve. Além de obrigar o Estado a promover ações "materiais ou simbólicas" de reparação moral e preservação da memória dos atingidos, a lei admite a responsabilidade institucional dos poderes públicos nas violações aos direitos humanos cometidas no período da ditadura. Segundo Bernini, assim que o "Estado assume sua responsabilidade de haver exercido ilegitimamente sua função", abrem-se as portas para que os afetados recebam uma reparação financeira. Poderão receber compensações do Governo os familiares de desaparecidos e as pessoas que, por motivos políticos, ficaram presas por mais de seis meses entre 13 de junho de 1968 e 28 de fevereiro de 1985. Outros são os atingidos pelas "práticas ilegítimas" cometidas entre 13 de junho de 1968 e 26 de junho de 1973, sob o último governo democrático antes da ditadura.
O promotor Capaldo iniciará julgamento contra o Plano Condor Após 10 anos, o promotor Gianncarlo Capaldo encerra sua investigação sobre o Plano Condor e inicia o julgamento contra 150 repressores sul-americanos na Itália. No Uruguai, há 33 civis e militares que podem ser julgados em uma causa que averigua a morte e o desaparecimento de 13 cidadãos ítalo-uruguaios. A investigação de Capaldo, encerrada em outubro de 2006, denuncia os ex-presidentes Juan María Bordaberry e Gregorio Alvarez, os ex-ministros Juan Carlos Blanco, Walter Ravenna e Adolfo Folle Martínez e os ex-comandantes Raúl Bendahan, Víctor González Ibargoyen e Francisco Sangurgo. Outros acusados já são falecidos. E ainda, se acusa a José Arab, Alberto Ballestrino, Carlos Calcagno, Julio Casco, Ricardo Chávez, Manuel Cordero, Ramón Díaz Olivera, Daniel Ferreira, José Gavazzo, Juan Larcebeau, Walter Machado, Pedro Mato, Luis Maurente, Ricardo Medina, Antranig Ohannessian, Iván Paulós, Ernesto Ramas, Nelson Sánchez, José Sande, Jorge Silveira, Ernesto Soca, Jorge Tróccoli e Gilberto Vázquez. A investigação durou dez anos e o promotor Gianncarlo Capaldo denunciou a coordenação repressiva do Plano Condor relativa aos casos dos ítalos-uruguaios Daniel Alvaro Banfi Baranzano, Gerardo Gatti, María Emilia Islas de Zaffaroni (uma das atingidas à qual o Brasil concedeu a extradição de Cordero), Armando Bernardo Arnone Hernández, Juan Pablo Recagno Ibarburu, Andrés Humberto Domingo Bellizzi, Ileana Sara María García Ramos de Dossetti, Edmundo Sabino Dossetti Techeira, Yolanda Iris Casco Ghelpi de D'Elía, Julio César D'Elía Pallares, Raúl Edgardo Borelli Cattáneo, Raúl Gambaro Núñez, Héctor Orlando Giordano Corazzo, e os ítaloargentinos Guillermo Tamburini, María Cecilia Magnet Ferrero, Luis Faustino Stamponi Corinaldesi, Mafalda Corinaldesi de Stamponi, Alejandro José Logoluso Di Martino, Dora Marta Landi Gil, Horacio Domingo Campiglia Pedamonti, Lorenzo Ismael Viñas Gigli (desaparecidos no Brasil), Juan José Montiglio Murua, Omar Roberto Venturelli Lionelli, Jaime Patricio Donato Avendaño e Juan Bosco Maino Canales. Vários dos militares a serem julgados estão presos em cárcere especial de Domingo Arena/Uruguai. Juiz chileno ordena prisão de 120 oficiais da era Pinocheti SANTIAGO – O juiz chileno Victor Montiglio ordenou a prisão de pelo menos 120 ex-militares e oficiais da polícia secreta por acusações de abusos dos direitos humanos durante o governo militar de Augusto Pinochet (1973-1990). Entre os nomes mencionados na ordem de prisão está o do ex-chefe da temida polícia secreta Direção de Inteligência Nacional (DINA), Manuel Contreras, que já está cumprindo prisão perpétua por envolvimento com outros crimes cometidos durante o governo militar. A ordem de prisão inclui ainda dezenas de novos suspeitos que ainda não haviam sido acusados dos abusos. O mandado se refere aos casos da chamada "Operação Condor", uma ação de regimes militares de países da América do Sul nos anos 70 e 80 de troca de presos políticos e de informações sobre atividades de opositores. A ordem diz respeito ainda aos casos da "Operação Colombo", que resultou no desaparecimento de 119 pessoas, em julho de 1975. A maioria dos desaparecidos era formada por dissidentes de esquerda que se opunham ao regime então recém-instaurado. Documentos indicam que a polícia secreta de Pinochet capturou e matou os 119. A decisão se refere também ao chamado "Caso da rua da Conferência", de maio de 1976, que levou à detenção de 10 membros do Partido Comunista chileno, que permanecem desaparecidos. Prisões Segundo correspondentes na região, a ordem emitida é a maior já realizada com relação aos abusos cometidos durante o governo militar no Chile. Acredita-se que mais de 3 mil pessoas foram mortas ou desapareceram naquele período. Em dezembro de 2005, o mesmo juiz Montiglio processou Augusto Pinochet, morto um ano depois, em 2006, sem nunca ter enfrentado um julgamento pelos crimes cometidos durante o seu regime.
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